terça-feira, 14 de outubro de 2014

Farmacodinâmica



As primeiras observações que pretendiam quantificar a resposta farmacológica demonstraram uma relação dose-dependente do fármaco. Contudo, observou-se que, quando a dose alcança um determinado pico, o efeito não pode ser aumentado com administrações maiores do fármaco. Este aspecto levou à suposição da existência de sítios ou locais do organismo com os quais os fármacos é capaz de realizar uma inter-relação que leva a um efeito diretamente proporcional ao numero de sítios por eles ocupados. Dessa forma, surgiu o conceito de substancias receptivas especificas ou receptores, que podem ser definidos como o componente de uma célula ou organismo capaz de interagir com o fármaco (ligante), iniciando uma serie de fenômenos bioquímicos que levam ao efeito final do fármaco. A farmacodinâmica descreve os vários modos pelos quais as substancias afetam o corpo.

Seletividade da ação dos medicamentos: Alguns medicamentos não possuem seletividade, pelo que atuam em muitos tecidos ou órgãos diferentes. Outros medicamentos são altamente seletivos e afetam principalmente um órgão ou sistema isolado. 

Encaixe: um receptor de superfície celular tem uma configuração espacial que permite a uma substancia quimicamente especifica – por exemplo, um medicamento, hormônio ou neurotransmissor – liga-se ao seu receptor, que também possui uma configuração perfeita.

Receptores: A aderência ou ligação das drogas às células ocorre por meio de receptores de superfície, permitindo assim, que a atividade celular sofra influencia de substancias químicas, como medicamentos ou hormônios, localizadas fora da célula. O receptor possui uma configuração altamente especifica, o que permite o encaixe perfeito de somente uma droga, como uma chave que se encaixa em uma fechadura. Os receptores possuem finalidades fisiológicas, mais os medicamentos tiram vantagem dos receptores. De modo qual, os receptores são elementos que coordenam a função de todas as diferentes células do organismo. As drogas chamadas agonistas agem ativando ou estimulando seus receptores, produzindo uma resposta que pode aumentar ou diminuir a função celular. As drogas chamadas agonistas agem ativando ou estimulando seus receptores, produzindo uma resposta que pode aumentar ou diminuir a função celular. As drogas chamadas antagonistas bloqueiam o acesso ou a ligação dos agonistas aos seus receptores. Os fármacos antagonistas são muito utilizados no bloqueio ou na diminuição dos receptores celulares aos agonistas (neurotransmissores).
Enzimas: São alvos importantes para a ação do fármaco, pois auxiliam no transporte de substancias que controlam a velocidade das reações químicas, além de responder por outras funções, como transporte, regulação ou estruturação. Os fármacos direcionados para as enzimas são classificados como inibidores ou ativadores (indutores), enquanto os voltados aos receptores são classificados como agonistas ou antagonistas.
Afinidade e atividade intrínseca: são duas propriedades importantes para ação de um fármaco. A afinidade consiste na atração mutua, ou força de ligação, entre um fármaco e seu alvo (receptor ou enzima), ou seja, a afinidade do complexo agonista-receptor por um transdutor. A atividade intriseca é uma medida de capacidade da droga em produzir um efeito farmacológico, quando ligada ao receptor.

Potencia e eficácia: potencia é a quantidade de fármaco necessária para produzir um efeito, como a redução da pressão sanguínea ou o alivio da dor. A eficácia é a resposta terapêutica máxima potencial que um fármaco pode produzir; ela é um dos fatores a serem considerados quando se seleciona um fármaco para determinado paciente.

Taquifilaxia: é quando administramos um fármaco e seu efeito decresce com o tempo, e este efeito se produz em minutos.

Tolerância e resistência: A administração repetida ou prolongada de alguns medicamentos resulta em tolerância, ou seja, uma diminuição da resposta farmacológica. Isso ocorre quando o corpo adapta-se à continua presença da droga. Comumente são dois os mecanismos responsáveis pela tolerância:
1) O metabolismo da droga é acelerado. 2) o numero de receptores, ou sua afinidade pelo medicamento diminui. O termo resistência é utilizado para descrever a situação em que uma pessoa deixa de responder satisfatoriamente a um medicamento antibiótico, antiviral ou quimioterápico, para o câncer. Dependendo do grau de tolerância ou resistência verificado, o medico pode aumentar a dose ou selecionar um medicamento alternativo.

Interações farmacodinâmicas: ocorrem normalmente por três mecanismos importantes descritos a seguir:

  • Interação aditiva: quando o efeito combinado de duas drogas administradas é igual à soma dos efeitos individuais.
  • Interação supra-aditiva: quando o efeito da combinação de duas drogas é maior que a soma dos efeitos individuais esperados.
  • Interação intra-aditiva (ou antagonista): quando o efeito combinado das drogas é menor que a soma dos efeitos individuais esperados. 
A seguir, um vídeo bem explicativo sobre farmacodinâmica, dando ênfase principalmente sobre os receptores: 



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